ORIGEM
O promissor município de Claro dos Poções começa sua história no município de Coração de Jesus, nas imediações das fazendas Santo Antônio, fazenda Cachoeira, fazenda São José (Mocambo), quando é descoberto, por volta de 1900, um local com muitas clareiras (sem vegetação) onde o gado se refugiava, também por causa dos muitos poços d’água ali existentes. Da combinação dessas características surge o nome Claro dos Poções.
POVOAMENTO
O povoamento se inicia em 1920 com a construção de cabanas, após a construção de uma pequena capela e um cemitério em terras doadas pelos fazendeiros Amâncio Juvêncio da Fonseca, Mates Pereira da Fonseca (Mates dos Poções), Joaquina Mariana da Fonseca, Bento Emídeo da Fonseca e outros. As terras doadas pelos fazendeiros passaram a ser patrimônio da igreja católica.
A primeira casa localizava-se na rua Conegundes de Freitas, de propriedade do senhor Mateus dos Poções.
SISTEMA DE ENSINO: A PRIMEIRA PROFESSORA
A primeira escola funcionou na rua João Duarte, sob a sombra de uma cagaiteira, sendo a primeira professora Djanira Calixto, que com o tempo foi substituída pela professora Gabriela Fonseca de Castro.
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA
Até 1957 o povoado ficou no esquecimento, mas pessoas como Antônio Costa Alkmim, Lisbino Marcelino de Oliveira e o deputado Arthur Fagundes contribuíram para a emancipação política.
Em dezembro de 1962 o povoado elevou-se à categoria de município, desmembrando-se de Jequitaí, nos termos da lei de emancipação 2764, de 30 de dezembro de 1962, constando das seguintes localidades: Claro dos Poções (sede), Vista Alegre (distrito) e os povoados de Pouso Alto e Boa Sorte.
O governador Magalhães Pinto nomeou para intendente o senhor Antônio Costa Alkmim para tomar as providências necessárias para a organização de município que se formava.
A instalação do município aconteceu em sessão solene no primeiro dia do mês de março de 1963.
Em junho do mesmo ano foi realizada a primeira eleição para prefeito, sendo eleito o senhor Lisbino Marceino de Oliveira juntamente com seu vice-prefeito, o senhor Altair de Jesus Santos. A posso aconteceu em janeiro de 1964.
O COMÉRCIO DA ÉPOCA
O comércio era feito em lombos de cavalos (Pirapora-Diamantina). João Duarte levava carne, sabão e material de consumo. Em troca, recebia pedras preciosas, sal, etc. O primeiro comércio localizava-se na rua Mandacaru.
Poesia sobre a história de Claro dos Poções e da Escola Estadual Amâncio Juvêncio da Fonseca
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Autor desconhecido
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Eu sou um moço falado,
O mundo todo eu conheço, De tudo neste universo Eu vi surgir do começo, Coisa boa e coisa ruim Sei de fora e pelo avesso. Dando início à jornada De riso, choro e canções, Celebrando essa vida Com o fervor das orações, Licença peço pra entrar Em vossos bons corações. Aqui vai uma história, De todas é a mais bela, Contada com muita glória Desde os tempos da capela, Digna de ser representada Em teatro e em tela. É a história da minha escola E da minha pequena cidade, Que trago em versos rimados E muitíssima sinceridade, Com orgulho desgramado E ímpar felicidade. Entre as matas retorcidas Atrás do gado fujão, Tão famosos viajantes, Boiadeiros desse meu sertão, Conheceram grandes poções Em meio a um imenso clarão. Logo surgiu um povoado De gente boa e sonhadora, Que cultivando essa terra Ganhou fama de trabalhadora, Festejando desde cedo A felicidade vindoura. E dos poções do São Lamberto E de muitos os clarões Nasceu o distinto nome: Claro dos Poções. Em meados dos anos sessenta, O lugarejo vira instituição, Tendo um fazendeiro A iniciativa da emancipação, Com esforço se tornou prefeito Lisbino Marcelino, o 1º eleito. Este foi o inicio de minha cidade, O da escola vou logo contar: Foi na década de setenta Que o povo deu de arranjar Um colégio bem jeitoso Pra criançada estudar. Ensino fundamental e médio Mais professores excelentes Fez a fama da escola Maior que de viola e repente. Primeiro levou nome da cidade Mais tarde, de parente. Amâncio Juvêncio da Fonseca Foi o nome escolhido, Nome de um bom cidadão Na cidade nascido, Essa é a grande homenagem Do povo ao falecido. |
A cidade e a escola
Tem há tempos parceria, Pra fazer de empreitada Incomensurável alegria Como fez o centro esportivo Para a nossa melhoria. Na comunidade quem tem fama É feijão, arroz com pequi, Encanto de moça, choro de sanfona, O canto do bem-te-vi, A fé do povo que passa E a cachoeira que tem por aqui. Com nossa querida Amâncio O povo vem se envolvendo, Projetos interessantes Nos vem acontecendo. Viva a Escola do da gente Na cidade que está crescendo! Viva todos os diretores Desde aquele que veio primeiro, Os professores que vieram Deste meu Brasil inteiro Pra cultivar a alegria Nesse nosso imenso canteiro! Êta lugar de grandes artistas Essa cidadezinha das gerais, Povo que folga e dança Nas belas peças teatrais Que vem atraindo a lua Pra brilhar em nossos quintais. Em agosto é tradição Desse povo muito fino Homenagear o BOM JESUS Numa festa pro divino, Tem batizado e tem missa E quem avisa é o sino. A Amâncio festeja o junho gelado Com o festival de quadrilha Que vem gente de todo lado, É uma gostosa guerrilha, Pra fazer paço acertado Que nem uivo de matilha. Só que o mais belo festejo É das duas instituições Quando uma diz a outra No calor das emoções, Estes versos misturados Às mais belas canções: “Eu te vi e tu me viste Tu me amaste e eu te amei, Qual de nós amou primeiro Nem tu sabes, nem eu sei.” E agora vou ir embora Porque já se avança à hora, Se eu contar toda a história Graça nunca mais vai ter O que é mesmo interessante Não é ouvir, é viver! E eu não vou dizer adeus, Adeus é pra quem deixa a vida, é mesmo nessa que eu jogo, De despedida deixo assim: Até amanhã, até já, até logo! |
Entrevistando quem fez e faz a história
Entrevista com Vitalina Maria Gonçalves (73 anos)
1. Conte como foi o início da comunidade.
R: O início foi com donos de gado. Eles chegavam aqui a procura de seus gados fujão, achavam um lugar bom com muita água e clarões.
2. Cite um evento marcante.
R: Termos de festas eu não me lembro bem, só mesmo da festa do algodão. Já um evento importante que lembro bem foi quando o povo de Claro dos Poções tornou-se município. Esse acontecimento foi o início do registro da nossa terra.
3. Como era o modo de viver antigamente?
R: Era simples, a maioria das pessoas moravam na roça. Lá plantavam, faziam suas festanças, criavam os filhos. Vinham ao povoado somente para fazer a feira.
4. A senhora sente que a cidade mudou muito?
R: Mudou bastante, agora tem muitas coisas que antes não tinha.
A igreja mudou, a praça, as casas, os comércios, as pessoas mudaram (…)
Autores: alunos da E. E. Amâncio Juvêncio da Fonseca: Nayara Souto, Adriane Azevedo, Paula Carolina, Marcos Vinícius, Karen Jayne, Sammyla Ludmila