Chapeuzinho era uma menina
Que morava num lugar
Pobre, sem eira nem beira
Não gostava de estudar…
Saía, às vezes de casa
E a família nem sabia,
Deixava preocupadas
Sua mãe, irmã e tia….
Um dia, saiu de casa
Sem avisar à família,
Perdeu o crédito dos pais
E a imagem de boa filha.
Encontrou pela estrada
Um homem mau, sedutor
Que lhe jogou uma lábia
E prometeu dar-lhe amor.
Confiante e sem juízo
Caiu no conto do vigário
O homem com ares de lobo
Não tinha nada de otário.
Seduziu a pobre menina
Com promessas atraentes
Desviou-a do caminho
Com um sorriso entre os dentes.
Há meninas como ela
Que não escutam conselhos
Deixam pais e mães aflitos
A arrancar os cabelos.
“ Que olhos tristes, menina”?
Vão perguntar por aí.
Ela, por certo, responde:
É que deixei de sorrir…
E esse olhar preocupado
Que apagou o seu brilho?
_ É que agora, sem preparo
Vou ter de cuidar de um filho!
Não posso sair de casa
Porque o bebê sempre chora
Ele não dorme sozinho
E, quando dorme, demora…
Não tenho fim de semana
Nem mais baile, nem baladas
O pior de tudo é quando
Acordo nas madrugadas
Perdi o ano na escola
Nem sei mais quando estudar
Comprometi meu futuro
É o preço que vou pagar…
Minha mãe dizia: “— filha
Escute sempre seus pais
Cuidado com quem conversa
Com quem andas, aonde vais…
Consciência e bom juízo
Devem estar na vanguarda
Pra ninguém marcar bobeira
Nem viver dando mancada.
Fábio Gonçalves
binhogon@ig.com.br